sábado, 9 de janeiro de 2010

MARIA, MODELO DE COMUNHÃO


 

I – ENTENDENDO O CONCEITO DE COMUNHÃO


 

Alguns textos bíblicos podem nos ajudar a perceber o que se entende por comunhão.


 

A – NO ANTIGO TESTAMENTO

  1. A regra máxima para o judeu era preconizada no Mandamento de Amar a Deus sobre todas as coisas - "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças". (Dt 6,5)
  2. E ao próximo como a si mesmo - "Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos de teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor". (Lv 19,18)
  3. No Salmo 132 nós encontramos um hino magnífico a respeito da unidade entre os irmãos :

    "1. Cântico das peregrinações. Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos.

    2. É como um óleo suave derramado sobre a fronte, e que desce para a barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto.

    3. É como o orvalho do Hermon, que desce pela colina de Sião; pois ali derrama o Senhor a vida e uma bênção eterna".

    (Sl 132)

B – NO EVANGELHO

  1. A Comunhão com Deus é o alicerce de toda Obra à
    "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". (Jo 15,5)
  2. Jesus nos chama de amigos, porque nos demonstrou a vontade de Deus que é o princípio de comunhão à "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai". (Jo 15,15)
  3. Só pode ser amigo de Jesus quem obedece os mandamentos do Pai à "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele". (Jo 14,21)
  4. A comunhão com Deus gera a unidade entre os irmãos à

    7. Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

    8. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.

    9. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele.

    10. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.

    11. Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros.

    12. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.

    13. Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.

    14. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.

    15. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.

    16. Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.

    17. Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo.

    18. No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor.

    19. Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro.

    20. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.

    21. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.

    I JOÃO 4

  5. Da comunhão entre os irmãos surge a presença de Deus à
    "Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles". (Mt 18,20)
  6. Jesus dá um novo mandamento à "Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros". (Jo 13,34)

C – SANTÍSSIMA TRINDADE, A MELHOR COMUNIDADE (Jean Vanier)

"Eu e o Pai somos um". (Jo 10,30)

"Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste". (Jo 17,21)


 

II – A VIVÊNCIA DA COMUNHÃO NA VIDA DA VIRGEM MARIA

  1. O SIM de Maria preconiza a atitude obediente da alma que está unida ao Senhor. "Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela". (Lc 1,38)
  2. Em Caná da Galiléia Maria sinaliza Sua íntima comunhão com Jesus ao apressar a Hora do Milagre. "Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser". (Jo 2,5)
  3. Jesus elogia Maria que cumpriu a vontade de Deus, protótipo da alma que comunga com os Projetos do Senhor. "Ele lhes disse: Minha mãe e meus irmãos são estes, que ouvem a palavra de Deus e a observam". (Lc 8,21) "Enquanto ele assim falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram! Mas Jesus replicou: Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!" (Lc 11,27-28)
  4. A atitude de comunhão com Deus leva Maria a estar de pé diante do sofrimento do Seu Filho. "Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena". (Jo 19,25)
  5. No Cenáculo Maria está presente na COMUNIDADE orando e vivendo a unidade à "Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele". (At 1,14)


 


 

III – CONCLUSÕES PRÁTICAS


 

  1. Comunhão com Deus é fundamental para a edificação da Igreja
  2. A Comunhão com Deus gera o amor fundamental entre os irmãos.
  3. As atitudes que ferem a comunhão são anti-evangélicas e sinal de ausência do Espírito Santo. Cf. Gal. 5,15

    Sem o Espírito Santo, Deus se afasta,

    Cristo fica no passado,

    o Evangelho é letra morta,

    a igreja é mera instituição,

    a autoridade é questão de prepotência,

    a missão, questão de propaganda,

    a liturgia nada mais que uma evocação,

    o modo de viver cristão, virtude de escravos.

    Mas no Espírito Santo:

    o cosmo se reanima e geme com

    as dores de nascimento do reino,

    o Cristo ali está,

    o Evangelho é o poder da vida,

    a Igreja manifesta a vida da Trindade,

    a autoridade é um serviço de libertação,

    a missão é um Pentecostes,

    a liturgia é momento comemorativo e também

    antecipação,

    a ação humana é divinizada.


     

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