sexta-feira, 2 de maio de 2008

A CONVERSÃO DO CARCEREIRO


“Naqueles dias, 22a multidão dos filipenses levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. 23Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. 24Ao receber essa ordem, o carcereiro levou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. 25À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. 26De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. 27O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para suicidar-se. 28Mas Paulo gritou com voz forte: "Não te faças mal algum! Nós estamos todos aqui".29Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. 30Conduzindo-os para fora, perguntou: "Senhores, que devo fazer para ser salvo?" 31Paulo e Silas responderam: "Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família".32Então Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os de sua família. 33Na mesma noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado junto com todos os seus familiares. 34Depois fez Paulo e Silas subirem até sua casa, preparou-lhes um jantar e alegrou-se com todos os seus familiares por ter acreditado em Deus.”(Atos 16)

PAULO E SILAS

Paulo, todos conhecemos. De grande perseguidor dos cristãos, se tornará um dos maiores evangelizadores de todos os tempos. Autor da maior parte dos escritos do Novo Testamento, testemunha incansável de Jesus Cristo.
Silas é seu companheiro de missão. Os dois seguem, por ordenança divina, pregando o Evangelho da Salvação a todos os homens e mulheres e anunciando que Cristo Ressuscitou. Isto provocará a ira dos judeus e dos gregos. Para os judeus, era inadmissível aceitar que Jesus de Nazaré fosse o Messias, o Enviado. A hesitação dos gregos é no tocante à Ressurreição.
Eles até aceitariam de bom grado que Cristo fosse um “deus” mas, acreditar que Ele havia Ressuscitado depois de morrer em uma Cruz era um atentado à toda tradição filosófica grega.
Como aceitar que um “deus” morra numa Cruz? Como aceitar que um morto possa voltar a viver? Paulo irá dizer da sua Missão: “Mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos...”(1Cor 1,23)
Os romanos, conhecidos pela sua tolerância religiosa, vê o cristianismo com indiferença, haja vista o modo de viver cristão que contradiz objetivamente, sua própria forma de viver.

A SITUAÇÃO

Paulo e Silas estão em Filipos, uma importante cidade da Macedônia e lá, começam a pregar o Evangelho. Durante sua estadia nesta cidade, chega uma jovem que é possuída por um espírito de adivinhação. Esta jovem era usada pelos seus amos como fonte de lucro. As pessoas iam até ela, e após receberem suas previsões, pagavam-lhe pelos serviços prestados.
Ela começa a acompanhar Paulo e Silas gritando: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo, que vos anunciam o caminho da salvação.”(At. 16,17). Esta era uma verdade, porém, não provinha de Deus e sim, do espírito que estava na jovem, isto é, do diabo. Toda proclamação que não provém do Senhor, causa mal e, por isso, Paulo ordena ao espírito que saia da jovem: “Repetiu isto por muitos dias. Por fim, Paulo enfadou-se. Voltou-se para ela e disse ao espírito: Ordeno-te em nome de Jesus Cristo que saias dela. E na mesma hora ele saiu.”(At 16,18) Como nada pode resistir a uma ordem dada em Nome de Jesus, o espírito de adivinhação, ao ser interpelado Em O Nome de Jesus, imediatamente sai da jovem. Isso seria motivo de júbilo, se não fosse o interesse comercial por trás da situação da moça.
Aqui acontece o mesmo que a Jesus, quando expulsou os demônios e os mandou para os porcos, sendo, em seguida, expulso da região por causa dos criadores de porcos que se sentiram prejudicados com a ação do Mestre.
Os proprietários da escrava, vendo que sua fonte de lucro se extinguira, agarraram Paulo e Silas e os levaram até às autoridades e disseram: “... pregam um modo de vida que nós, romanos, não podemos admitir nem seguir.” (At. 16,21)
A vida humana estava, nesta cultura, abaixo do poder econômico. A pessoa valia pelo que produzia. Em Nome de Jesus, a libertação foi proclamada e realizada, mas os donos do poder, se sentiram incomodados e mandaram açoitar e prender os dois missionários.

O GUARDA E SEUS MEDOS

Os presos são vigiados constantemente por um guarda. Este tem a missão de impedir que a população assassine os homens ou que estes fujam durante a noite.
Mas aconteceu o inesperado.
“25À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. 26De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. 27O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para suicidar-se.”(At 16)
Por que o guarda pensou em suicidar-se? Por medo da punição romana. O Direito Romano dizia que, se um guarda deixar o preso fugir, irá assumir a punição do preso que fugiu.
Quando o homem entra na cela e vê as correntes, que amarravam os presos, soltas pelo chão, pensa imediatamente que estes haviam escapado durante o terremoto. Não lhe resta, humanamente falando, outra alternativa. Sua vida chegara a um ponto tal, que não via saída para sua situação.
A vida tem dessas coisas. De repente, tudo desmorona a nossos pés e não vemos mais a luz, a saída para nossas situações. Nestes momentos devemos recorrer ao Poder do Senhor que sempre nos oferece uma saída. A saída é sempre Jesus.
Quando está tomando a espada para suicidar-se, Paulo grita: “28Mas Paulo gritou com voz forte: "Não te faças mal algum! Nós estamos todos aqui".
Se analisarmos a situação, chegaremos à constatação de que, toda a cena descrita em Atos 16,22-34 tem o único objetivo de salvar a vida do carcereiro.
Paulo era cidadão romano, e noutro momento, havia invocado o direito da cidadania romana para livrar-se da prisão. Aqui, isto não acontece. Paulo, conhecendo o coração de Deus, vai até o fim. Deixa-se levar até à prisão, e, ao invés de reclamar ou murmurar, está invocando o poder e a força de Deus, através da oração do louvor. E assim, o caminho do coração do homem fica aberto para Deus.
“29Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. 30Conduzindo-os para fora, perguntou: "Senhores, que devo fazer para ser salvo?" 31Paulo e Silas responderam: "Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família".”
O homem estava com medo da humilhação e da morte. Se os prisioneiros tivessem fugido mesmo, o que seria da sua vida?
Mas os prisioneiros estão no mesmo lugar de antes e o poder de Deus é evidenciado. O Senhor havia quebrado os grilhões com o único objetivo de liberta-lo (ao carcereiro) do seu pecado e da condenação.
A situação provoca o desejo da Salvação e, reconhecendo a força do alto, Ele cai aos pés de Paulo e Silas e lhes pede instruções para ser salvo.
Seu medo foi transformado em Salvação.
Interessante notar que, ao aceitar o Senhor Jesus, Ele não tem mais medo das autoridades a tal ponto de conduzir Paulo para fora da prisão e depois, até à sua própria casa: “ 34Depois fez Paulo e Silas subirem até sua casa, preparou-lhes um jantar e alegrou-se com todos os seus familiares por ter acreditado em Deus.”(Atos 16)
Nosso Deus é muito bom e, por causa de um só pecador, Ele é capaz das maiores proezas, somente para salvar o homem. E quando experimentamos esse amor, não tememos as feras, as prisões e punições, mas, nos abandonamos à ação do Senhor.
O carcereiro encontrou o poder de Deus e se converteu. A Salvação vem a nós sempre, basta reconhecermos o Senhor e nos deixarmos envolver por Seu amor e Seu poder.

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