EXCERTOS DE HOMILIA
12º DOMINGO COMUM ANO
C
E VÓS, QUEM DIZEM QUE
EU SOU?
Se
Deus nos criou, pertencemos a Ele logo, não nos pertencemos. Jesus diz que só
tem vida - no sentido de eterna - quem deixa de viver para si mesmo e passa a
viver em Deus.
[...]
Jesus
nos faz uma pergunta clara e objetiva: “quem sou eu para vocês?”
Quem
é Jesus para mim? É o Jesus das Ciências? [...] É um Jesus, como apresentado
pelos meios de comunicação? Jesus não quer se preocupar com as opiniões
externas, mas, se importa em saber como todo aquele que crê, o vê, o enxerga.
Jesus
é simplesmente o Filho de Deus Vivente, o Verbo que se Encarna e habita no meio
dos homens. Por isso, ao se aproximar de Jesus, não há outra atitude do que
entender que Jesus é um Deus pessoal que pode vir ao nosso encontro.
É preciso
que eu me encontre com Jesus como a uma pessoa. É esta pessoa, Jesus, que é Deus,
que é capaz de levar qualquer um dos que se encontram com Ele, a viver a
experiência de Deus e a repetir como Pedro “Tu és o Cristo de Deus, aquele que
salva”.
O
Cordeiro Imolado nos salva pelo seu Sacrifício. Só pela fé é possível entender isso.
Quando
Pedro revela quem é Jesus, o próprio Jesus irá confirmar a Proclamação.
Porque
foi Revelação do próprio Deus, a fé prevaleceu para que, pela fé, Pedro
conhecesse a Jesus em profundidade.
Por nossos meios e mecanismos humanos ninguém
fará experiência pessoal do Filho de Deus. Só a fé abre as portas ao
sobrenatural para estar com Deus.
Mas
voltemos à Cruz. Na Missa, o Sacrifício da Cruz se torna visível.
É preciso
lembrar que este Deus, revelado para nós, traz características que não podemos
ignorar. Nosso Deus é um Deus que se deixa crucificar para mostrar seu triunfo
na hora da Glória de Deus.
Antes
da glória veio o padecimento. Por isso, Jesus ordena não contar a ninguém sobre
a Sua identidade, pois, seria um absurdo para a mente humana, conceber o Filho
de Deus pendente da Cruz. Seria impossível à mente humana conciliar isso. Mas essa é a realidade que Deus expressa para
mostrar o seu amor. Ele dá o Filho para nossa salvação.
[...]
Jesus,
carregando nos ombros Sua própria Cruz, nos chama ao desafio de segui-lo. Só é
discípulo quem segue Jesus. É um convite,
o que Deus nos faz, não é imposição. Esse convite nos traz algumas
implicações.
Essa
vida não nos pertence.
“Renuncie a si mesmo”. Se trata de ser cristão
carregando a Cruz de cada dia, porque o mundo, na sua magnitude, em sua força e
capacidade de enganar, nos leva a pecar. O mal nos faz sofrer e o sofrimento é
a cruz.
Jesus
não nega a existência da Cruz para o discípulo. É preciso que ela exista e
nunca se aliene da vida da pessoa. É pela Cruz que Deus quer nos purificar. As situações
que nos fazem sofrer não são irreais como Deus também não é irreal. A grandeza
de Deus consiste em que, “aquele que
teme e ama a Deus, é amparado pelo Senhor.” Por isso, Jesus diz com clareza e
liberdade de coração para os que se sentem livres a abraçar o desafio de viver
uma religião que nos desconcerte para que em Deus, possamos assumir o desafio
de ser o que Ele quer, assumindo a cruz de cada dia.
Deus
não nos abandona nunca. O cristão há de tomar a Cruz, mas também, há de seguir Jesus.
Não basta assumir a Cruz é preciso também, segui-lo. É Ele quem nos ampara e
nos sustenta em nossas cruzes.
Que possamos
viver a nossa experiência do Crucificado para com Ele ter a vida, a única vida,
que somente pode vir de Deus.
Pe. Gileumar
Matriz
de Senhora Sant’Ana, Simão Dias/SE, 23 de junho de 2013